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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Olimpíada de Língua Portuguesa



A Olimpíada promove um concurso de produção de textos para alunos da rede pública e desenvolve materiais pedagógicos com propostas de atividades de leitura e de escrita para serem trabalhadas em sala de aula.

Nossa escola participou das categorias: Crônica(1º ano) e Artigo de opnião (2º e 3º anos), Foram relacionados para representar o município os textos das alunas Daiane Castro (1ºA) e Stephania de Paula (3ºB)
Confiram abaixo alguns textos relacionados.  






Gabriela Oliveira - 1ºB


Pensando no que pensar



                                Foi quando me encontrei totalmente desesperada, perdida em um mundo onde eu precisava pensar no que pensar, no que escrever, refletir sobre algum momento na minha vide que pudesse virar uma crônica, mas nada me vinha à cabeça! Estava em total falta de sintonia com meu cérebro e meu interior, sem nenhuma idéia, eu me via em um medonho abismo. Sentada na cadeira da escola em que eu estudo, torcendo para que o tempo que a professora havia dado pra pensar no que escrever demorasse uma vida, um século, para que eu conseguisse encontrar algum assunto, o que na verdade, naquele momento, era a coisa mais difícil da minha vida... Realmente chegava a ser bizarro.
Todos os meus colegas já tinham uma ideia em mente, e somente eu, com a cabeça nua e crua, como uma folha de caderno em branco, sem nem sequer um rabisco, somente a falta de criatividade em meu olhar.
Até que a professora disse:
- Você pode achar que não há nada de interessante, nada que valha a pena falar sobre o lugar de onde você veio, mas qualquer coisa, fato é passível de virar crônica!
  E então, eu comecei a pensar por outro ângulo, ângulo diferente, no qual eu ainda não tinha pensado. Você não precisa ser um escritor famoso e bem sucedido para fazer uma crônica, não precisa ter uma vida importante. Independente de cor, raça, classe social, condições financeiras, você só precisa ter uma vida e muita força de vontade.
Desde ai, eu passei a vasculhar minha memória, minhas lembranças, resumidamente: minha infância. Pois nessa fase não tínhamos responsabilidades, decisões a tomar, preocupações, desilusões amorosas, éramos puro de alma, e cá entre nós, quando somos crianças, conseguimos despertar o sorriso de qualquer um com  poucas palavras, ou até mesmo gestos, então eu tinha certeza de que haveria alguma coisa bacana para falar.
Foi quando me veio uma vaga lembrança dos meus sete anos, quando eu comecei a cursar a primeira série, em uma escola perto da minha casa, na qual eu adorava ir.
Quando eu estava no parquinho, em uma escola que se chamava Zaíra Ometto, no meu último ano (mais conhecido como pré) todos sabiam ler e escrever. Todos menos eu, quer dizer... Ah, no decorrer dessa história você irá entender!
Logo que comecei a cursar a primeira série, todos os meus coleguinhas sabiam ler, a professora pedia para que eles lessem, e todos liam, menos eu. Até que a professora cansou de insistir, e convocou minha mãe na escola, e disse que eu era a única da turma que não sabia ler, que não lia de forma alguma, e logo minha mãe se apavorou! E de imediato me levou na psicóloga, mas nada fazia com que eu começasse a ler.
Mas, fugindo um pouco do assunto, eu sempre fui uma criança muito observadora, sempre ficava na esperança dos meus pais errarem alguma coisa, pra eu poder corrigir, já que eles gostavam de me corrigir, eu queria agir da mesma forma.
E quando um futuro erro deles estava para acontecer, todos iriam descobrir um segredo surpreendente.
Estávamos, eu, meu pai e minha mãe no carro procurando uma vaga para o deixar, porque estávamos indo em um mercado na minha cidade, que na verdade, era um dos lugares  que eu mais gostava de freqüentar, mas isso não vem ao caso. Quando meu pai encontrou uma vaga, no momento em que ele foi estacionar, eu disse:
- Proibido estacionar neste local, viu pai? Aqui não pode estacionar, procura outro lugar!
E então eles começaram a me olhar com aquela cara de espanto, totalmente pasmos, com uma expressão de quem havia visto um fantasma, e me perguntaram:
- Desde quando você sabe ler, mocinha?
- Ah desde o meu segundo ano no parquinho!
- E porque nunca nos contou?
- Não sei!
Mas na verdade eu sabia muito bem! Nunca havia contado, porque na minha mente de criança, eu achava um absurdo ter que ler pra um bando de gente que já sabia ler, se todo mundo sabia e conseguia ler, porque eu tinha que me levantar da cadeira e ir lá na frente  ler? Porque cada um não lia pra si mesmo? Se ela pedisse para que eu lesse somente pra mim, eu leria numa boa e sem reclamar... Agora,  ter que ler em voz alta, digamos “coletivamente”, para todo mundo ouvir!? Ah não! Eu seria o centro das atenções, e se eu falhasse? Seria muito constrangedor.
Só que com o passar do tempo, após ter conversado bastante com a psicóloga que inclusive morava na minha rua, eu fui aprendendo a superar esse medo, e passei a ler sem vergonha, eu até li um poema que eu fiz para minha mãe na frente da escola inteira.
E agora, só para finalizar, acho que finalmente consegui pensar no que pensar e fazer uma crônica, e digo isso com muito orgulho e uma felicidade que não cabe no meu rosto:
- Existe uma crônica de minha autoria!






Fernanda de Luccas - 1ºB





Ladrão de Flores

Pradópolis, cidade bem florida, bem amada... Onde toda casa mais antiga e bem cuidada, esconde um belo jardim, desde nossos antigos moradores, flores enfeitam nossos olhos curiosos.
Todos os dias minha avó rega seu jardim, cheio das mais variadas flores, flores pelas quais minha avó mantém uma paixão bruta, meu avô dizia que ela passava mais tempo com as flores do que com ele.
Rosas, tulipas, margaridas... e de repente o mistério: todo dia uma flor sumia isso para a minha avó era como a “Quarta” guerra mundial.
“Para tudo! Minhas rosas estão sumindo! Quem está roubando minhas pequeninas?”
Ai meu Deus! Não agüentávamos mais os questionamentos da vovó por causa do sumiço de míseras flores.
Um dia, já farta, vovó decidiu vigiar para saber quem as roubava.
O dia foi em vão e nenhum ladrãozinho apareceu...  Sua ousadia foi além e o sol começava a se esconder, a noite chegando e vovó estava lá. E não é que o esperado apareceu!
Vovó se surpreendeu, quando descobriu que quem sumia com uma flor todo dia era meu irmão, seu neto, que queria impressionar a nova namoradinha.
Pradópolis, cidade dos apaixonados, dos românticos e... Ladrões de flores.
Mas quem é que nunca roubou uma flor de um jardim?! Que atire a primeira pedra...






Daiane Castro – 1°A



Pradópolis e suas peculiaridades

I
sso sim me faz feliz...
o lugar onde vivo!
se felicidade é aquilo
que me completa por inteiro,
Então eu sou feliz!
Por ter um lugar fantástico
e cheio de magia.

O que tem de diferente?
O que tem de especial?
Pessoas: pessoas diferentes, pessoas especiais...
Que nos fazem felizes
pelo fato de nos contagiar
com suas histórias de vidas e sua coragem
Pessoas que vão ficar
para sempre em nossa memória.

Pessoa essa que ficou famosa
e nos faz sentir orgulho em vê-la.
Que por onde passa
nunca se esquece
de que veio daqui!
Desse lugarzinho no
meio do nada,
com sabor de cana-de-açúcar
e cheiro de canavial.

Após o jogo de domingo,
A jornalista entrevista o autor de gol
Que trouxe vitória ao São Paulo:
“Cicinho, lemos algumas reportagens
sobre você, que contam que veio
do interior de São Paulo? ”
“É verdade, sou de Pradópolis!
Aproveitando, gostaria de dedicar
meu gol, a todos os pradopolenses
que torceram e acreditaram em mim.”
Ou então,
aquela pessoa que mesmo sem fama
para os pradopolenses, é como uma estrela
amiga de todos.
E quando alguém se vai,
seja quem for
lá está ele:
- Olha o Zé Babão!
Sempre dando apoio para as famílias
nas horas difíceis.
O Zé Babão,
vive babando,
e apesar de ter dificuldades na fala,
apesar de sofrer um certo preconceito
ele não perde uma missa,
não perde um velório
e fica até o último momento do cortejo.
Até a parte em que todos
viram as costas e vão embora
sem ao menos se importar
que estão diante de uma estrela
humilde e radiante.

E tem outra figura
que todos acham cafona, brega
por usar a roupa que gosta.
Aquela peruca vermelha,
aquele vestido apertado,
aqueles colares chamativos.
Ou então sua combinação de roupa preferida:
- Lá vem a dama de vermelho!
- Nossa olha o colar dela!
- Qual será a peruca de hoje?
“A estrela Dalva,
na esquina desponta
e Pradópolis fica tonta
de tanto esplendor.”
Mas de que importa
o que as pessoas dizem?
se ela é feliz...
Está do jeito que gosta,
do jeito que sempre quis!

Ah! Também tem aquele homem
conhecido como doido, maluco,
o Zé da Boa.
Por nunca deixar de dizer:
“Tá boa? Tá boa?”
“Beleza?”
“Hoje é dia 25?”
“Agora é 5 horas?”
Anda Pradópolis inteira com sua simplicidade,
cumprimentando a todos,
com seu terno e gravata
e de bermuda e chinelo
dando a mão pra todo  mundo.

Depois dessa galeria
de pessoas simples, humildes e carismáticas
fica a saudade
saudade de saber,
que houve, há e sempre irá haver
essas figuras que completam a nossa cidade
Pessoas que
dentro de cada um de nós
nunca deixarão de existir
em nossas memórias e lembranças.

 


Jennifer Carolina - 1º C 



Objeto Desconhecido

Era uma sexta-feira de junho.


Na rua da minha casa estava ocorrendo uma festa linda com todos os moradores, a “Festa Junina”.


Caramba! Esperava tanto tempo, e quando chegava era aquela festa.


Ali estavam todos os meus colegas, meninos e meninas. Nós todos da mesma idade, oito anos. Alguns um pouco mais velhos, mas mesmo assim fazíamos parte da mesma turma, composta por muitas crianças, que adoravam esta famosa festa de rua. Ah, famosa sim! Pois é só iniciarmos o mês de junho que toda a cidade de Pradópolis entra neste clima. Ela se tornou uma tradição em quase todas as ruas da cidade. Isto mostra que a festa é tão querida por nós que não há um ano sequer em que ela não seja realizada.


As ruas ficam muito enfeitadas, cheias de bandeirinhas coloridas, fogueiras, mini-balões...


Enfim, ali estávamos nós muito contentes e entusiasmados, quando olhei para perto da fogueira. Lá tinha quatro garotos, com vários jornais, palitos de fósforos e isqueiros. Desde então comecei a pensar: O que vão fazer? O que será?


Todos os quatro estavam com uma expressão muito alegre,  mas ao mesmo tempo dobravam os jornais nervosos e atentos.


Fiquei os observando, notei que quando terminaram de construir aquele objeto grande, absolutamente desconhecido por mim, começou a juntar várias pessoas. Fiquei ainda mais curiosa, mas também com medo.


De repente todos se afastaram, e aqueles quatro meninos, sincronizadamente,  colocaram fogo com isqueiros nas pontas do estranho objeto de jornal.


Em minha cabeça passavam muitas perguntas para as quais naquele momento não havia respostas, mas no meio de tantas pessoas surgiu ele, o grande objeto desconhecido.


Lindo!! Suas pontas pegavam fogo, o que lhe dava um toque de magia e elegância.


Nossa, minha aparência se transformara. Fiquei pasma, ele, levemente, subia, subia... Caiam faíscas de fogo, todos paravam para admirá-lo, parecia dançar no céu... Aquele objeto estranho se transformara em algo mágico na festa.


Eu olhava para ele com um olhar muito atencioso e calmo, para mim o tempo havia parado, sua beleza era extremamente mágica. Ele, vagarosamente, foi se despedaçando, e enquanto não desaparecia do céu, todos nós não parávamos de admirá-lo.


Os quatro meninos estavam realizados, seu projeto tinha dado certo, e felizes começaram a construir novamente.


Eu fiquei tão encantada que,  naquele momento em que este objeto chamado pelos meninos, “balão galinha”, estava graciosamente flutuando no céu, eu não podia notar e nem ouvir ninguém.


Ali estava eu, parada, toda fascinada pelo, agora já conhecido “balão galinha”.

Será que a Ivete vem?

2008, o rodeio havia chegado em Pradópolis, cidade onde moro. Eram quatro noites de festa, e em uma das noites, o prefeito perguntava à população “Quem vocês querem que eu traga para o show do ano que vem?”. Então a maioria gritava  “Ivete Sangalo!”, “Tá bom! No próximo ano vou trazer a Ivete para vocês...”.
Eu achei um pouco difícil ele conseguir trazê-la, mas se ele disse que trazia então fiquei esperando. Afirmou também que enquanto fosse prefeito a entrada da festa seria gratuita, e isso realmente permaneceu até hoje nos rodeios.
Algumas pessoas duvidaram de que a Ivete viria, outros adoravam ouvir aquilo.
Mas eu continuava questionando será que a Ivete vem?
Chegou 2009 e a maioria esperava ver a Ivete Sangalo, e então o prefeito anunciou a todos que não teve como trazer a Ivete, pois ela estava grávida e não poderia vir, ninguém gostou da notícia, mas ele completou que iria trazê-la no próximo ano.
Ao ouvir aquilo percebi que ela não iria vir tão fácil e nem tão cedo.
E chegou o próximo ano e, novamente, a Ivete Sangalo não veio, a população não gostou dessa promessa não cumprida, então muitos diziam “Esse prefeito só fala, mas não cumpre.”. Isso se tornou motivo de brincadeira na internet e entre a população.
O prefeito? Nem perguntou mais quem a população gostaria para o show do rodeio do próximo ano e, até hoje, infelizmente, a Ivete não veio.
Mas muitos ainda têm esperanças, perguntam “Você acha quem a Ivete vem?” E outros “Claro que não vem.”. Então muitos se perguntam ainda “Será que a Ivete vem um dia?”. Eis a questão: Ivete virá? Ou não virá?. Alguns brincam dizendo que ela está vindo de burrinho, e outros já acham que ela nunca virá.
Eu acredito que talvez ela venha, pois até hoje ela não veio, mas promessa é dívida! No último rodeio, 2010, nem se falou mais sobre isso, então estamos esperando, quem sabe ela vem um dia.


Marina Lino dos Santos – 1°D

Pôr-do-sol ou pôr–de-crônica

            Estou sentada no quintal de minha casa em Pradópolis, cidade pequena do interior de São Paulo, esperando surgir uma luz para que eu possa escrever uma crônica. Observo o céu e como ele é azul e lindo, mas também como está manchado, acho que está assim porque é fim de dia é o pôr-do-sol que mancha o céu como se fossem lágrimas: de tristeza ou de felicidade?! Eu não sei, pássaros estão cantando bem alto, dão seus últimos voos rasantes à procura de comida, tic-tac já é hora de procurarem um abrigo para descansarem.Fico me perguntando por que os pássaros como tantos outros bichinhos repousam tão cedo, que pergunta mais óbvia, acordam muito cedo no outro dia.
Meu irmão acaba de chegar chorando, por que acabou de levar uma bronca por estar mexendo nas panelas de minha mãe. Ela tem tanto xodó com suas panelas, como se fosse um jardineiro carinhoso a cuidar de suas rosas.
            Não sei mais sobre o que escrever pássaros, panelas... Já não me interessam mais como um bom assunto para uma crônica. Meu pai acaba de chegar de mais um dia cansativo em seu trabalho, está todo sujo como se o tivessem sido atirado na terra,  ladeira abaixo. No seu olhar percebo o quanto gostaria de um descanso, talvez de umas férias, mas não pode, precisa trabalhar para que sua mulher e seus dois filhos, dos quais sente obrigação de cuidar, vivam bem.
            Acho que é só, por hoje. Ou não?!
            Que pena acho que é só, por hoje mesmo, minha mãe acaba de me chamar, para lavar louça, não gosto de lavar louça, há há há acho que não gosto de fazer serviço nenhum, sou como um bicho preguiça, só durmo.
            Tento memorizar cada detalhe do meu quintal, mas para que afinal memorizá-lo? Não tem nada de valor, só uma bicicleta velha que pertenceu a minha mãe quanto tinha seus 20 anos (hoje ela tem 35), toda quebrada e remendada, três cadeiras espalhadas uma para cada lado, uma vassoura encostada no muro quase caindo, um chão de concreto, com minha casa logo em frente. É uma casa pequena, pintada de branco com janelas amarelas.
            Sou feliz aqui!
            É acho que enfim tenho que parar de escrever, as luzes da rua já se acenderam como um sinal de que chega o fim do dia. O sol também já se foi, mas ainda está um pouco claro.
            Agora acabo de entender o pôr-do-sol, ele chora,  o sol chora por estar indo embora e não poder ver o final, ou melhor, ouvir o final dessa crônica, que enfim acho que saiu.
            Entro em casa. Até mais. É o pôr-de-crônica.

Ana Caroline – 1°A

A escolha

Segunda-feira, sete da manhã. Alunos e professores chegam à escola. Logo recebem a notícia: objetos da escola como DVD e computadores foram furtados, algumas paredes pichadas e vidros quebrados. De imediato chamam a polícia e fazem um BO (Boletim de Ocorrência), tentando descobrir quem teria feito aquilo.
Eu estudava no período da tarde e também fazia parte do conselho escolar. Ao entrar na sala de aula ouvi os comentários sobre o que tinha acontecido e logo após veio à confirmação. A professora entrou calada na sala e após conseguir silêncio começou a contar o que acontecera na noite passada na escola, e fez um pedido “Quem souber de alguma informação a respeito informe aos professores ou à diretora”.
Passaram-se quatro dias e até então nenhuma manifestação. Já era sexta-feira, o vandalismo aumentava a cada dia. A única informação que se tinha é que esses misteriosos vândalos agiam antes ou depois do guarda chegar ou sair.  Os vizinhos nunca ouviam, nem viam nada. O que impressionava a todos, pois não era comum acontecer isso em uma pequena cidade do interior.
A diretora foi para casa, depois de um dia tenso, entristecida com o que estava acontecendo. Quando chegou em casa notou que havia esquecido alguns materiais na escola. Após o jantar chamou seu marido e voltaram à escola.
Ao chegarem lá uma surpresa. Os vândalos lá estavam. Dois alunos da 6ª série. Desta vez eles não tiveram escapatória o conselho escolar foi chamado, os meninos foram levados para casa e uma intimação foi feita aos pais para que comparecessem à escola na terça-feira.
 Chegou terça-feira. Seis da tarde. O conselho escolar já estava reunido na escola, inclusive eu acabara de chegar. Na secretaria os pais de um dos meninos. O que me chamou a atenção, ele - o pai - um cortador de cana e do jeito que chegara da lavoura foi até a escola. De um lado garrafão, mochila e facão. Do outro, a mulher: simples e aborrecida.
Fomos todos para a sala de reunião onde decisões seriam tomadas. Até então os pais do outro aluno não tinham chegado. Só depois de muito esperarmos chegou apenas a mãe e o filho. A diretora esclareceu a todos o que havia acontecido e qual foi o valor do prejuízo. Os pais dos alunos ficaram de cabeça baixa, não falavam nada talvez se sentissem culpados, envergonhados. Eu os observava, tentando de certa forma saber o que se passava na cabeça daqueles humildes pais trabalhadores, cansados e pobres de felicidade e orgulho de seu filho.
A diretora pediu aos integrantes do conselho idéias de que medidas seriam tomadas diante daquela situação. Uma hipótese sugerida foi de que os pais pagassem o prejuízo e os filhos prestassem serviços voluntários, e uma lista começou a passar; para que os presentes concordassem ou discordassem. Os garotos também estavam presentes, tinham cara de pivetes, desavergonhados sem consideração nenhuma pelos pais que tanto lutam para sustentar a família.
Eu fiquei pensando: porque aqueles garotos tinham agido daquela forma e destruído um patrimônio publico que eles mesmos freqüentavam? Os gastos que os pais deles poderiam ter, de acordo com a decisão dos membros, poderia ser o dinheiro que levaria o alimento para a mesa deles. Particularmente cheguei à conclusão de que aqueles meninos não passavam de uns ignorantes mal agradecidos.
Olhei para o lado. A lista estava chegando e eu ainda não sabia por qual opção me decidir. Eu queria que os filhos fossem punidos, não os pais! Agora a lista estava na minha frente. Aflição! Um aperto no coração... O que resolver? Pois, além de fazer a escolha tínhamos outra tarefa: justificá-la. Peguei a lista. Li. Todos haviam concordado com a sugestão, ninguém assinou a opção discordo. E agora que decisão tomar?
Tomei coragem e assinei: concordo. Por quê? Não sei, talvez porque eu tenha pensado que os pais de alguma forma também fossem culpados pela educação dos filhos. E os filhos por terem feito escolhas erradas e não obedecido a seus pais.
 A folha volta às mãos da diretora que anuncia a decisão: “Todos concordaram com a decisão, portanto os pais deverão pagar pelas portas arrombadas, vidros quebrados, furtos e pichações. Além do fato de que seus filhos prestarão serviços voluntários. Podemos negociar a forma de pagamento, sendo cada família responsável pela metade dos prejuízos”.
Os pais aceitaram a decisão em silêncio, depois negociaram como fariam para pagar. Ainda mais aborrecidos com as atitudes de seus filhos, foram embora.  O que estariam pensando? Talvez com fariam para pagar, já que o valor que teriam de saldar era quase a metade do salário que recebiam, sem contar que o que pagariam era por atos de vandalismo cometidos pelos filhos.

 Mariana Lino dos Santos -1º D

Coisas de adolescente

Todos os alunos passaram por isso. Quem diz que não, na certa está mentindo porque é um puxa saco ou para dizer que é CDF.
- Mãe,  tô com dor de cabeça, não posso ir à escola...
- Você não me engana, garoto! Sei muito bem que você tem prova de inglês hoje. Sínico!
- Mas mãe...
- Mas nada, dessa vez você não escapa!
- Ah, como adolescente sofre. Espera só eu fazer 18 anos!
- Disse alguma coisa?
- Não. Já tô indo...
O sinal toca. É como ouvir a morte te chamando, você não tem escolha, está na beira do abismo e não tem como recuar. Só o que poderia te salvar era uma doença repentina.
- How many apples are there... How many...
A professora de inglês te olha, fuzilando-o com os olhos, então você ouve um berro ensurdecedor de estourar os tímpanos!
- VOCÊ ESTÁ COLANDO??? NÃO MINTA!
- Não, professora, eu só...
- Eu vou informar seus pais! Além de colar, mente.
- Mas eu...
E quando você vê, está no seu quarto de castigo por um mês, sem TV, shopping, cinema, festas e tudo por causa de uma professora .
Duas semanas depois, você está recuperado do stress que a louca da professora o fez passar e está pronto para outra.
- Você fez o trabalho de português?
Sempre tem uma pessoa estraga prazer. Impressionante!
- Que trabalho???!!! Você enlouqueceu?!!!
(Os adolescentes tem mania de dizer que a outra pessoa está louca).
- Eu só tô perguntando, cara!
- Tá bom véi. Deixa eu copiar?
- Não!!
- Egoista. Quer o 10 só pra você? Fura olho!
Você dá as costas para o seu colega. A única alternativa é mentir.
- Por favor, trabalhos em cima da mesa – gritou a professora.
E lá vem você, todo encolhido na maior cara de pau:
- Era pra hoje?
Você sente que vai se dar mal, e ainda completa!
- Tem certeza???
Você precisa dizer algo logo, antes que a professora o mande para a diretoria.
- Sabe o que é prof, eu tô cheia de trabalhos para fazer, vocês professores não dão folga! E, além disso, o tio do irmão da minha avó morreu, sabe como é, temos que ser solidários.
    A professora faz aquela cara de quem não acreditou. E quem acreditaria? Mas o que ela queria que você falasse? A verdade? Então tá. Você diria que não fez o trabalho porque não quis, odeia a matéria dela, tinha coisa mais importante para fazer, como assistir TV, dormir, ir pra rua, pensar na vida, dar volta na praça, dormir, assistir TV, dormir...
    Com certeza, nenhuma professora gostaria de ouvir isso de seu aluno. Portanto estamos poupando-as de se aborrecerem, com a nossa falta de caráter e responsabilidade, desinteresse pelas aulas, afinal, somos adolescentes inconsequentes e inescrupulosos.
Vocês professores deviam nos agradecer por sermos tão dissimulados, caras de pau e sem - vergonha, pois deixamos vocês felizes quando os privamos da verdade, assim quando damos essas desculpas nós fingimos que é verdade e vocês fingem que acreditam. Afinal, vocês gostam de serem enganados, não é mesmo? Espero que sim, pelo bem dos alunos e felicidade geral da escola.
      Depois de imaginar tudo isso em apenas um segundo, você ainda tem a coragem de perguntar:
- Posso entregar amanhã, querida professora?
(Na verdade, você não está pedindo, você está suplicando, implorando para a professora ter piedade de um pobre aluno desamparado)
- Está bem! Mas só até amanhã.
Missão cumprida, o uso do adjetivo “querida” deu certo!
- Juro que nunca mais vou fazer isso.
        Se a professora tivesse reparado, teria visto os seus dedos cruzados, a prova de que você não vale nada e não merece nem o caderno que escreve. Mas também, os aborrecentes são assim mesmo,  não estão nem aí com os trabalhos e tudo o querem é um suado e desmerecido 10 no final do boletim e posar para a foto segurando o canudo como um troféu na formatura do 3º ano.
Fazer o quê!!??Coisas de adolescentes.

Suzane – 1° E


 Uma pelada, uma tristeza...

Neste momento procuro assunto para escrever essa crônica, mas nada me vem à cabeça. Olho o lápis no papel e parece não quererem dançar para formar um relato.
Na sala, sem ninguém por perto, procuro o início ideal. TV desligada, porta fechada, só o pequeno e fraco barulho do ventilador que em sintonia com o tic-tac do relógio, se tornam músicas para meus ouvidos.
De repente, de um segundo pro outro, ouço uma fraca voz a me chamar. Pensei estar imaginando coisas, mas no segundo chamar da voz estranha, abri os olhos que nem estavam fechados e me levantei do sofá. Abri a porta vagarosamente, olhei entre as grades do portão e um amigo meu estava a me esperar do lado de fora.
Com uma bola nos braços, me chamou para bater uma pelada. Naquelas horas da tarde, um campinho em Pradópolis disponível, era que nem uma agulha no palheiro. Mas lá estava ele, sem ninguém, as traves improvisadas de bambu não impediam que a bola rolasse. Os pés descalços levantavam poeira sobre o chão terroso.
Ao lado, uma longa avenida movimentada, a bola já se acostumara a atravessá-la.
Num momento a bola parou diante dos meus pés e sem pensar duas vezes chutei-a. A bola delicadamente saiu do campinho, passa pela calçada chegando ate a avenida e apenas escutamos um desagradável barulho “boooow”!
O olhar do dono da bola ao ver a cena me deixou mais culpado ainda. Pensei, por um momento que ali, naquela hora, não era meu lugar, deveria ter ficado em casa, na sala e terminar essa crônica, mas preferi a diversão ao invés do dever.

Guilherme Xavier -1º C




1 comentários:

Daianne Castro disse...

Dei uma passada aqui no blog, e me deparei com meu poema do ano passado. A-M-E-I! Quero ver um desse ano aqui também =] Bjoos galera

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